quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A minha sala de aula




 
     Já lhes falei da minha sala de aula? Nela passei bons momentos, na companhia dos meus colegas e professores.
    As suas paredes eram brancas como as folhas dos cadernos onde escrevíamos. Na sala, sobressaiam as mesas retangulares de dois lugares, todas bem alinhadas como se fossem soldados numa parada militar. As cadeiras, confortáveis e bem arrumadas, encaixavam nas mesas como os carros num parque de estacionamento.
    Nós tínhamos o hábito de pendurar as mochilas nas cadeiras como se todos os automóveis, no estacionamento, tivessem um atrelado. De dentro delas, tirávamos os nossos cadernos de capa preta – tão na moda – e pousávamo-los na mesa, de tal maneira que, se no teto da sala andasse uma aranha de sentinela, ao olhar para baixo pensaria que as mesas tinham dois olhos.
    Nos porta-lápis trazíamos sempre muitos lápis de todas as cores, que espalhávamos pela mesa… E a aranha, lá do seu posto superior, veria, não os lápis, mas um grande arco-íris com muitos tons e variantes de cada uma das cores nele existentes. 
    Ao fundo da sala havia um grande quadro de cortiça tão sarapintado de buraquinhos e pioneses como se mil moscas estivessem a ponteá-lo.
    A secretária do professor ficava no lugar do costume: junto à janela.
    Como já nessa altura, a nossa escola era toda modernaça, tivemos a sorte de ter dois quadros: o preto e o interativo. Este era tão mágico que, com a caneta, o professor fazia puro ilusionismo com o que nele escrevia…
    Todas estas recordações mantêm viva aquela que foi a minha sala de aula predileta!

Pedro David Almeida, n.º 22

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